sábado, 4 de outubro de 2008

Crevatolf - Cap. 17

Quando chegamos ao meio do planeta, éramos só cinco: Bea e eu, Trestede, Prosfrus e Tula, nos céus.

A cada dia uma nova disputa nos separava mais: um grupo dos plurinogorfos vendeu os crocofantes restantes para mercadores de animais escravos. Os plurinogorfos excluídos da transação discutiram e, de alguma forma, tudo acabou sendo nossa culpa.

E encontramos mais desejo espalhado por todos os cantos.

Para Trestede, era uma magia de cobiça, o que parecia fazer sentido. E o mandante começou a nos parecer óbvio: TayFor.

Os mágicos e os plurinogorfos discutiram por reconhecimento. Os últimos cornocorpóreos ficaram cheios e resolveram voltar para a floresta sempre-viva.

Um certo dia, todo o suprimento restante de ingredientes para magia desapareceu, junto com três dos mágicos. Por sorte, Bea e Trestede haviam enchido seus estoques pessoais. Mas ainda assim, não era suficiente para um feitiço de detecção, nem para um contra-feitiço.

Certa manhã, quando eu e Bea acordamos, todos haviam partido. Prosfrus, durante a noite, havia mandado os plurinogorfos voltarem para a cidade de metal. Trestede havia feito o mesmo com os dois mágicos que ainda estavam conosco.

- Eles iam acabar se engalfinhando. - disse Trestede. - Por mais que o feitiço possa estar afetando a nós quatro, ainda estamos juntos...

Com relutância, concordamos. Mas não era possível continuar a pé. Nem havia mágica o suficiente para nos fazer voar até o sul.

Até então, vínhamos buscando caminhos isolados, sem passar por cidades, para evitar os espiões de TayFor. Naquele dia, resolvemos desviar um pouco o curso e passar por Quatores, a imensa e escaldante cidade no centro do que conhecíamos como as Terras em Chama.

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