No começo de nosso terceiro dia na cidade, acordamos com uma agitação tensa. Saímos da ala de convidados da casa central e andamos até os escritórios oficiais. Ouvíamos choro e raiva lá fora. Tememos que a resposta de TayFor tivesse chegado e não fosse favorável a nós mas, para nossa surpresa, aconteceu o contrário, de certa forma.
Fomos recebidos por Grigrapreti com um sorriso amarelo e ansioso. O metagorfo que víramos partir, três dias atrás, descansava no fundo do salão onde o líder dos bugrerões nos recebeu.
- Estamos reunindo um esquadrão para acompanhá-los. - Grigrapreti disse. - TayFor pediu que os ajudássemos.
Nós trocamos olhares. O bugrerão continuou.
- Devo assumir que não é tarefa fácil. Nenhum dos nossos quer ir para lá, depois que os poucos sobreviventes voltaram, enlouquecidos pelo que viram. Nossa tribo costuma ser de gente valente, mas o que se enfrenta no sul não é natural...
- E o que você pode nos oferecer de transporte? - perguntou Prosfrus.
- Máquinas voladoras.
Eu nunca tinha ouvido falar nelas e, pela expressão de dúvida no rosto de Bea, percebi que ela também não. Mas Prosfrus e Trestede pareciam empolgados.
Então Prosfrus sugeriu que fôssemos ver as máquinas, acompanhados de Trestede. Ele ficou com Grigrapreti.
As máquinas voladoras eram do tamanho de um elefante. Haviam várias e percebemos que cada uma poderia levar cinco pessoas. Lembravam ovos de vidro, deitados, mas, na parte da frente do ovo, presos a uma espécie de rolimã, várias tiras de um material estranho, que lembrava lona, tombavam até o chão. Através do vidro, víamos diversos mecanismos interligados, além das cadeiras para que os passageiros sentassem.
Depois de alguma tempo, Prosfrus voltou a se juntar a nós.
- Partimos hoje a noite... - ele disse. - Tudo o que precisamos será colocado em uma das máquinas.
Eu estava reflexivo.
- Acha uma boa idéia esse esquadrão de bugrerões nos acompanhar, Prosfrus?
Ele respondeu, sisudo:
- Vamos partir sozinhos.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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