segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Crevatolf - Cap. 18

As Terras de Fogo haviam sido uma grande floresta, há muito tempo atrás. Mas os bugrerões haviam devastado tudo, enchendo o solo de minérios incandescentes. A floresta queimou e a terra fervia, formando rios de minerais derretidos, que os bugrerões utilizavam para soprar em maravilhosos vitrais.

Ainda assim, era difícil pensar em todas as árvores que haviam sido carbonizadas para isso.

Depois de andar por dois dias, vimos as imensas esculturas de vidro que circundavam Quatores. A fumaça da terra escaldante cobria o céu de nuvens plúmbeas que contrastavam com a vermelhidão do solo.

Era hora de saber se a bandeira nos fornecida por TayFor valia alguma coisa: os bugrerões eram conhecidos por sua agressividade e lealdade ao primeiro vizir.

Caminhamos pela estrada até a muralha de vidro, que era feita de tal forma que fazia os guardas parecerem monstros gigantescos a quem os observava de fora. Levantamos alto a bandeira e pudemos perceber os vigias se entreolhando.

- A comitiva da cidade de metal! - um deles exclamou, para nosso alívio. No entanto, o silêncio que se seguiu nos deixou ansiosos.

Por fim, o guarda voltou a falar:

- Onde estão os outros?

- Somos só nós, agora... - disse Trestede. - E precisamos de alguma ajuda.

Outro silêncio se seguiu, até que os portões se abriram. Prosfrus e Trestede entraram primeiro. Em seguida, entramos Bea e eu. Os bugrerões nos cercaram, mas sentíamos mais curiosidade do que animosidade neles.

Fomos levados à casa central, onde o líder morava, e tivemos que contar nossa história. Poucos instantes depois, eu vi um metagorfo voar pela janela e tive certeza de que TayFor estava sendo avisado do que estava acontecendo.

Prosfrus também percebeu e resolveu ir direto ao assunto, solicitando, o mais humildemente que podia, comida, montarias e ingredientes.

Mas Grigrapreti, o senhor dos bugrerões, fez questão que passássemos a noite para descansar.

No final do segundo dia, percebemos que teríamos que ficar lá até que o metagorfo voltasse: não éramos prisioneiros, mas nada nos era oferecido que possibilitasse que continuássemos a viagem. Trestede chegou a questionar Grigrapreti, que respondeu que eles estavam providenciando o que precisávamos.

Reunidos, à noite, resolvemos testar a sorte: esperaríamos o mensageiro voltar.

Nenhum comentário: