quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Crevatolf - Cap. 10

O silêncio imperou duro por alguns momentos. Claro: a Morte até então era um conceito metafísico. Tínhamos nossas diferentes religiões e, de certa forma, a maioria de nós acreditávamos que 'a entrada da casa da morte' era uma metáfora. Eu mesma nunca havia pensado que ela teria uma casa, no sentido concreto da palavra.

Ninguém sabia como reagir. Grande parte de nossos aliados pensou que TayFor havia enlouquecido. Outra parte da população da cidade temeu que fosse uma armadilha. Uma história para minar nossas convicções.

Para mim e para Gabel, não mudava os fatos: queríamos e precisávamos ir ao portão. Mas o pensamento de enfrentar os mortos não era agradável, principalmente para Gabel, que havia morado na Terra, onde as lendas sobre mortos-vivos eram comuns.

Ou era uma farsa muito bem feita, ou TayFor e Amereida estavam realmente assustados, pois, quando exigimos que ela ficasse como refém, ela aceitou imediatamente.

O primeiro vizir relutou, mas acabou concordando. Ele confiava em nós mais do que nós nele. Os termos eram simples: ela seria solta quando estivéssemos de novo dentro dos portões. Ela seria bem tratada e nós teríamos salvo conduto até dentro dos muros.

Mas ninguém do lado de TayFor nos ajudaria. Nem que ele ordenasse. Ninguém de seu exército aceitaria voltar para o sul até que o portão estivesse fechado.

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