No dia seguinte, encontraram-se no refeitório para trocar informações preliminares. J. K. começou:
- Reconstituímos o que deu do vidro. Dois buracos próximos. Os tiros foram quase simultâneos, o dele milisegundos antes, pelo que deu pra perceber pelos ângulos de entrada das balas. Havia pólvora na mão e na roupa de ambos. E as balas também coincidem: um matou o outro. Se viram pela janela e atiraram. Pampam! Os dois no chão...
Tomou um gole de café enquanto observava a reação de Vargas. O detetive sorria como se já soubesse. J. K. deixou o melhor para o final, mas antes perguntou:
- E você, alguma coisa?
- Bom, - disse Vargas, abaixando a xícara fumegante de café - ela era viúva. Há muito pouco tempo. O marido morreu num acidente de carro há três dias. Adriano Kramer. Era procurado pela polícia. Tinha dois mandatos por fraude fiscal, um por formação de quadrilha e um por estelionato... Coisa grande...
Vargas mordeu o bolo de fubá e continuou, cuspindo farelos.
- O morto era Rafael Farah. Sócio de Adriano. Apesar disso... Você sabe mais do que contou, não sabe? - Vargas vasculhava os olhos sarcásticos do amigo.
- Bom, foi encontrado sêmen na morta... Bastante, digno de uma atividade freqüente...
- Não me diga...
- Sim, o dna indica que o sêmen era do morto...
quarta-feira, 12 de março de 2008
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