sábado, 15 de março de 2008

Duplo Homicídio - Cap. 5

Vargas conversou com o detetive que havia investigado a morte de Adriano Kramer. Não havia muito o que contar. Acidente de carro. Mas algo interessou Vargas: não fora a esposa que reconhecera o corpo, fora o pai da vítima.

Com o endereço do pai - Raul Kramer - Vargas entrou em seu carro.

O endereço era uma casa num ponto distante da cidade. Não havia ninguém na casa, quando Vargas chegou. Olhou pela janela. A casa parecia abandonada. Precisaria de um mandato.

Tocou na casa vizinha, meio sem esperanças, apenas para não perder a viagem. Ouviu gritos de criança. Pelo menos três, concluiu. Quando a porta abriu, uma mãe cansada estava atrás dela.

- Cala a boca! - ela gritou para as crianças, com uma expressão de raiva e vergonha, enquanto examinava as credenciais de Vargas. Convidou-o a entrar. Sentaram-se na sala e os meninos acumularam-se atrás do sofá onde a mãe estava. Pareciam uma escadinha, talvez 7, 5 e 3 anos. Sorriu para eles.

- Você já matou alguém? - perguntou o mais velho, ao ver o distintivo, mas foi reprimido pela mãe.

Ela contou que, há uma semana, dois homens se encontraram naquela casa. Reconheceu Adriano pela foto. Vargas perguntou se ela poderia fazer um retrato falado do outro homem.

- Posso, - respondeu a mulher - mas sei onde encontrá-lo, se você precisa.

- Sabe? - espantou-se Vargas.

- Sim, tenho três filhos. - e, diante da incompreensão de Vargas - levei-os ao circo na semana passada.

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