Foi 'Seu' Josias que a viu, quando nos encontramos para almoçar.
- Bicho agourento... - exclamou, ao olhar para o céu.
Olhei na mesma direção e comecei a pular de alegria. Prosfrus, que já se servira e carregava o prato, veio correndo.
- O que foi? O que foi?
- É ela! É a Tula!
- Quem? Aonde? - ainda não tínhamos contado nada a 'Seu' Josias e ele me olhava, assombrado.
- Carne! Precisamos de carne!
- Vamos à cozinha! - disse Prosfrus.
Saímos os três correndo. 'Seu' Josias ainda gritando "o que houve? O que houve?"
Minutos depois, trazíamos todos os restos das carnes do almoço que os cozinheiros não haviam usado: vísceras, couro, ossos. Carregávamos em uma manta, que segurávamos pelas pontas.
Fomos até ao campo em frente às tendas e estendemos lá a manta com as carnes.
Tula nos sobrevoava, mas não parecia querer pousar. Pedi aos dois plurinogorfos que me deixassem a só. Achei que Tula os temia, e estava certo. Pouco depois que eles se afastaram, Tula começou a voar mais e mais baixo. Eu me coloquei a alguns passos da manta e me sentei. E cantei a mesma canção que havia cantado antes.
Poucos minutos depois, ela comia a carne na manta. Cheguei perto e a toquei. Acho que havia ganhado uma amiga.
Passei vários dias domesticando a uruguia. Enfim, ela se sentiu confiante o bastante para deixar Profrus e 'Seu' Josias chegarem perto. Comecei a treiná-la. Depois de algumas semanas, eu fazia diversos passeios em suas costas. Ela entendia o que eu queria quando voávamos e parecia agradecida pela comida.
Mas era covarde.
sábado, 26 de julho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário